terça-feira, 30 de junho de 2009

lançamento do mês


“Convenção 169 da OIT sobre povos indígenas e tribais” é o título do novo livro da série Documentos ISA, que aborda a importância do direito de consulta livre, prévia e informada e a necessidade de implementação da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).


Falar de normas internacionais, de aplicação imediata, sobre direitos fundamentais de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais no Brasil não é fácil. Mas é a proposta contida neste novo DOC ISA. A história do País na incorporação e implementação desse tipo de instrumento é recente e escassa. Por esta razão, é fundamental promover debates e reflexões entre o público especializado, as lideranças comunitárias e os operadores jurídicos, que têm o desafio de interpretar e aplicar tais normas na complexa e diversificada realidade brasileira.


Reinventar uma forma nacional de se apropriar das normas internacionais precisa tanto de exercícios introspectivos, sobre as particularidades da nação, quanto de abertura para escutar e aprender de experiências similares em países vizinhos, que têm acumulado conhecimento na aplicação das mesmas normas e que podem estimular o necessário debate interno.


O DOC 12, organizado pela advogada Biviany Rojas Garzón, consultora do Programa Política e Direito Ambiental (PPDS) do ISA, reúne a sistematização da primeira reflexão no Brasil sobre a implementação da Convenção 169 da OIT ratificada em 2003 e que hoje, como lei federal, se aplica tanto aos quilombolas quanto a comunidades tradicionais e a povos indígenas. O livro inclui as memórias do Seminário Internacional “Oportunidades e Desafios para a Implementação da Convenção 169 da OIT sobre povos indígenas e tribais”, realizado em parceria pela Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP) e o ISA em novembro de 2008. O evento contou com a participação de palestrantes de cinco países latino-americanos (Bolívia, Colômbia, Equador, Guatemala e Peru) e com a apresentação e o debate dos relatórios alternativos enviados pela sociedade civil à OIT em setembro de 2008, acerca das falências do andamento da aplicação da referida Convenção no Brasil.


A publicação ainda incluiu artigos de seis especialistas latino-americanos sobre a Convenção 169 e o direto de consulta livre, prévia e informada, que representam interessantes subsídios para o debate nacional a partir da experiência de países vizinhos que já vem aplicando a mesma Convenção há mais de 10 anos. Finalmente, o DOC 12 conta com um DVD, que apresenta o conteúdo do especial publicado pelo ISA sobre a Convenção 169 da OIT e que compila mais de 200 documentos de toda América Latina sobre a aplicação da Convenção 169, especificamente sobre o direito de consulta livre, prévia e informada nela consagrado.


Com a divulgação e promoção dessas informações e reflexões, o ISA espera estimular a adequada aplicação internacional deste e de outros instrumentos de direito internacional sobre os direitos fundamentais dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais do Brasil.


A publicação está disponível para aquisição na loja do site do ISA. http://www.socioambiental.org/loja/detalhe_produto.html?id_prd=10328


Fonte: Instituto Socioambiental (http://www.socioambiental.org/)

domingo, 28 de junho de 2009

Quilombo do Cafundó é tema de documentário

Data: 26/6/2009

“A produção do documentário ‘O quilombo do Cafundó e a Constituição de 88’ contabiliza 4.227 e-mails enviados, 975 telefonemas, mais de 1.324 quilômetros rodados, 57 entrevistas diretas com gravações autorizadas, 33 fitas mini DV, contendo cada uma 60 minutos somando 33 horas de filmagens. “Estamos felizes pela execução de nossa missão e pelo produto obtido em nossas pesquisas”, dizem os autores do documentário - os estudantes de jornalismo Valdenilson Ferreira e Márcio Mascarenhas - que será exibido no Centro Universitário Fieo, em Osasco.
No documentário, especialistas falam sobre os direitos dos quilombolas, abordam a língua falada no Cafundó, examinam as experiências e aprendizados advindos dos diversos trabalhos jornalísticos, artísticos e acadêmicos lá desenvolvidos. Dentre os pesquisadores que colaboraram, estiveram o professor emérito de direito da USP Dalmo Dallari, o lingüista e atual Secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo Carlos Vogt, e o assessor especial de quilombos do Itesp, Carlos Henrique Gomes.

Incra reconhece quilombo de Brotas - SP


Data: 26/6/2009

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo do dia 20 de junho, reconheceu a Comunidade Remanescente de Quilombo Brotas, localizada no município de Itatiba, e declarou o território, com área de 12.4859 hectares, como pertencente à comunidade.
O quilombo Brotas já é reconhecido pelo Governo do Estado de São Paulo desde 2004 e desde então suas 32 famílias são assistidas gratuitamente pela Fundação Itesp, recebendo cursos de formação e capacitação, além de assistência técnica em Ater.
O Observatório Quilombola publica todas as informações que recebe, sem descartar ou privilegiar nenhuma fonte, e as reproduz na íntegra, não se responsabilizando pelo seu conteúdo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Samba de parelha celebra São João em Sergipe


Nos versos improvisados, o rodopio das saias faceiras. E os tamancos ecoam a batida ritmada no povoado Mussuca, no município de Laranjeiras.
24 de junho é Dia de São João. Em Sergipe, o louvor vem do tempo da escravidão, e é com a tradição do samba de parelha que a comunidade quilombola do município de Laranjeiras festeja o dia do santo.
Não é só um antigo costume. É também o sustento de algumas mulheres. “Vivemos da roça, da pesca e de pedreira.
O povoado Mussuca guarda a história da busca pela liberdade. Refúgio dos negros que escapavam dos canaviais da região, onde o sofrimento também é uma herança.
Viver aqui é muito difícil, não temos água encanada e as ruas são cheias de buraco, contou a dona de casa Luciene dos Santos.
A comunidade aprendeu a vencer o isolamento e as dificuldades preservando antigas tradições e nisso as mulheres tem um papel fundamental.
Nos versos improvisados, o rodopio das saias faceiras. Os tamancos ecoam a batida ritmada. É o samba de parelha, tradição presente em homenagem a São João. “É samba de parelha porque é sambando de dois em dois”.
Em torno do samba, a celebração secular. “O São João é a noite mais feliz que temos na comunidade”.